Olimpíada de história muda a rotina de alunos
Os participantes da 2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil tiveram uma significativa mudança em suas rotinas desde o início.
A equipe Zuns,começou uma série de estudos, pesquisas e reuniões para a discussão das questões e das tarefas propostas a cada fase, além de incluir entrevistas com diferentes pessoas da comunidade. A equipe realizava suas pesquisas e logo após reunia-se com as demais equipes coordenadas pela mesma professora para um debate sobre a resolução das questões e trocar de experiência sobre suas linhas de raciocínio para a conclusão das questões.
A professora Alessandra, responsável pela equipe, diz que a disciplina, os estudos, o trabalho em equipe e o comprometimento dos alunos foram o sustentáculo da equipe até o momento atual. Relatou que o 7 de setembro foi inusitado, pois no dia foi realizado uma destas reuniões em sua casa com as equipes coordenadas por ela.
O grupo relata que o conhecimento adquirido foi de grande importância e que este será multiplicado junto à comunidade escolar, contribuindo assim para a melhor compreensão da história do nosso país.
Equipe Zuns reunida para a discussão e realização da prova.
Problema grave no município e suas origens
À esquerda, uma queimada de cana-de-açúcar e à direita, uma criança fazendo inalação devido a problemas respiratórios ocasionados pela queimada.
Um flagrante de um sério problema que vem acontecendo na cidade de Urupês e, também, região, são as queimadas da palha da cana-de-açúcar, prática disseminada principalmente com o Proálcool, criado em 14 de novembro de 1975 pelo decreto 76.593, para estimular a produção do álcool em substituição dos derivados do petróleo.
Trata-se de um problema grave, principalmente num período de 5 meses sem chuva e com umidade relativa do ar em torno de 12% (a mesma de desertos), o que, segundo o jornal Folha da Região, de Urupês, de 28 de agosto de 2010 (edição n. 284, Geral – 3), motivou a Cetesb a proibir a queima da palha de cana em 456 cidades do Estado, incluindo nossa região, até o dia 30 de novembro.
De acordo com o referido jornal, com umidade abaixo dos 20%, a queima é suspensa não apenas das 6 às 20 horas, mas, também, durante a noite inteira. Para a população se precaver dos desconfortos causados pelo clima seco, o Secretário Municipal de Saúde de Urupês, Nasser Bauab Neto, dá as seguintes dicas : manter janelas abertas, tomar bastante água, usar roupas leves, colocar uma bacia de água no quarto, usar soro fisiológico nos olhos e no nariz (tanto adultos como crianças) e não praticar atividades físicas ao ar livre das 10 às 17 horas.
Essas mesmas queimadas que poluem o ar também destroem o equivalente a 72 estádios de futebol, afirma o jornal. As origens das queimadas encontram-se na argumentação dos usineiros a respeito da necessidade de facilitar o corte da cana para os trabalhadores, eliminando os excedentes, como a palha e, inclusive, os animais peçonhentos, como as cobras.
Se, para muitos, as queimadas são um problema, para quem viveu até hoje disto, elas mostram-se como uma solução, para a garantia do seu emprego, já que, do contrário, o corte seria uma tarefa bem mais difícil e levaria os usineiros a abrirem mão definitivamente dos trabalhadores, preferindo as máquinas.
Além dos médicos, muitos biólogos também são contrários às queimadas, em razão da grande quantidade de animais mortos no fogo. São coelhos, lebres, tatus, gambás e vários outros que são pegos desprevenidos e não conseguem se livrar a tempo das chamas destruidoras lançadas pelo bicho homem. E, como se não bastasse matar pelo fogo, a cana mata, também, pela fome, tanto ao eliminar insetos que servem de alimento para determinados animais quanto para ocupar extensas áreas que poderiam servir para outros tipos de plantações e garantir a alimentação de vários seres vivos.
Há décadas era assim… infância e juventude na voz dos mais velhos
Décadas atrás, em Urupês, os jovens divertiam-se com coisas simples e seus horários eram rigidamente controlados pelos pais: eles deveriam chegar às suas casas, no máximo, até as 22 horas. Hoje, paradoxalmente, os jovens começam a sair de casa justamente nesse horário.
Naquela época, no campo, por uma questão cultural, mais frequentemente do que na cidade, o trabalho se sobrepunha à educação, em virtude de os pais precisarem dos filhos para ajudar no sustento da família, tendo em vista as dificuldades da vida na roça. Desse modo, as crianças abandonavam cedo os estudos, geralmente, no quarto ano primário. Outra peculiaridade da zona rural, naquele tempo, era que os laços de afetividade ultrapassavam os de consanguinidade, até porque as famílias reuniam-se em eventos religiosos, como novenas e quadrilhas, e bailes de arrasta-pé, nos quais se divertiam com músicas de raiz.
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Participantes da Olimpíada apontam qual foi a questão mais difícil de toda a competição
Para a equipe a Olimpíada como um todo requer atenção e estudo, porém uma questão que solicitou um maior tempo de aprimoramento e análise, foi a 25ª. O assunto da qual tratava parecia ser explícito se analisado superficialmente. Mas ao aprofundar-se na mesma chegava-se a novas conclusões.
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Epígrafe
“Sou uma gota d’água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não lhe entendem
Mas você não entende seus pais”.
(Trecho de música “ Pais e filhos “ da banda Legião Urbana)